Os preços do boi gordo (base Cepea/B3) recuaram 1,33% na parcial de abril até o dia 17, com valor de R$ 229,20 por arroba.
Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), apontam que a atual relação entre os preços do boi magro e os ajustes positivos do contrato julho/24 negociado na B3 (distantes três meses, período de um ciclo de confinamento) sinaliza um bom momento para as compras de novos lotes dessa categoria de animal.
Ao contrário do que acontecia até o início desta década, desde 2022, levantamento do Cepea mostra que os valores do boi magro têm caído de março a maio, justificados pela demanda relativamente baixa de agentes que ainda não concluíram o planejamento das operações do segundo semestre.
O boi magro representa cerca de 60% do custo do confinamento.
Outro fator que favorece a atividade fica por conta dos custos de alimentação do gado, já que o milho e o farelo de soja, se encontram em patamares inferiores aos registrados em anos recentes.
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Como abordamos algumas vezes neste espaço, o ciclo pecuário é definido pelos movimentos da oferta de gado para abate, principalmente em decorrência de um maior ou menor abate de vacas e novilhas. Nas fases de valorização do bezerro, há estímulo à atividade de cria, com consequente manutenção de vacas e novilhas no rebanho, o que diminui a oferta de carne e reforça o cenário de mercado forte.
Perceba que, além do meio de produção de bezerros, as vacas e novilhas também são o produto (carne), com isso, o desinvestimento resultante de um mercado já sobreofertado acaba retroalimentando o excesso de carne e pressionando ainda mais as cotações.
Com isso, a participação de fêmeas nos abates é um indicador importante da fase do ciclo na qual estamos. Utilizando os dados preliminares de abates de fêmeas sob inspeção federal e considerando os doze meses anteriores, temos um número interessante a ser acompanhado.
Usando essa referência (abates de fêmeas nos doze meses anteriores) e os dados de abates SIF, em março deste ano tivemos a primeira queda desde setembro de 2022. Para os dados de abate nos últimos três meses foram usados dados preliminares do MAPA e o restante da série contempla dados do IBGE.
No intervalo terminado em março, a participação de fêmeas foi de 35,8%, frente a 36,0% quando consideramos o período terminado em fevereiro. Veja na figura 1 a relação entre este indicador e as variações anuais do boi e bezerro, considerando valores deflacionados pelo IGP-DI.
Leia mais: https://br.investing.com/analysis/primeira-queda-da-participacao-de-femeas-nos-abates-de-bovinos-desde-2022-200463619 : Investing | Primeira queda da participação de fêmeas nos abates de bovinos desde 2022Considerando dados preliminares de abates de bovinos sob inspeção federal (SIF) no primeiro bimestre, houve aumento de 25,9% na comparação com o início de 2023.
As fêmeas tiveram um salto de 38,1%, enquanto os machos tiveram acréscimo, também relevante, de 18,5%, considerando o acumulado até fevereiro.
Em relação aos preços, entre janeiro e a parcial de março, houve recuo de 4,2% para a carcaça no atacado e de 6,7% para o boi gordo em São Paulo, com referências do Cepea.
A relação entre a carcaça e o boi gordo passou de 104,1% para 106,9% no mesmo intervalo. Essa relação indica que a venda da carcaça equivale ao valor do boi gordo mais 6,9%. Isso não indica necessariamente lucro ou prejuízo, porque não considera outros itens de custo ou venda dos cortes, mas mostra que o “espaço” para o resultado da indústria melhorou, considerando a venda de carcaças no mercado interno.
Nesta análise, o foco não é a margem em si, mas o movimento de queda maior para o boi gordo, frente aos preços de venda no atacado e, destes, em relação ao varejo.
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Na avicultura de corte, o principal custo é a ração. Usando os custos de produção calculado pelo CIAVS (Central de Inteligência de Aves e Suínos, da Embrapa Aves e Suínos), a ração participou com 67,9% do custo de produção de frangos de corte no primeiro bimestre, usando a referência para o Paraná.
Quando temos um sistema integrado de produção, o custo com a alimentação fica a cargo da indústria integradora. Com isso, podemos assumir que a relação entre os preços de venda (carne no mercado interno e externo) e a alimentação tem grande impacto no resultado dessas indústrias.
Como indicador de preço dessa ração, utilizaremos o milho, que é o principal componente da dieta de frangos de corte, compondo cerca de 65% da ração produzida em 2022, relação obtida pelo cruzamento das estimativas do Sindirações para a produção de rações para frangos (36,8 milhões de toneladas) e uso de milho pelo setor (23,9 milhões de toneladas).
Com isso, temos na relação entre os preços de venda (MI e ME) e o milho, um indicador interessante para o resultado dessas indústrias. Obviamente os custos possuem inúmeros componentes, mas essa comparação dos itens de maior peso é um indicador relevante.
A figura 1 mostra a relação entre o frango congelado e o milho, segundo referências do Cepea. Houve piora em relação aos melhores momentos de 2023. Ainda assim, o patamar observado no primeiro trimestre, até meados de março, de 6,9 quilos de milho por quilo de frango congelado, é 41,1% superior ao do mesmo intervalo de 2023 (4,9). Como pode ser visto na figura 1, é o melhor primeiro trimestre do intervalo analisado. Leia mais:
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